A grelina é um hormônio que favorece secreção de GH quando se liga ao seu receptor. Conhecido como hormônio da fome, a grelina é responsável por estimular o apetite e os movimentos naturais do intestino, ou seja, enviando sinais ao cérebro que é hora de comer.
O hormônio do crescimento é conhecido principalmente por ajudar no crescimento infantil, uma vez que seu pico de produção pelo organismo acontece logo na infância e adolescência. O GH sintético, conhecido como somatotropina, é usado para tratar baixa estatura em crianças que possuem diagnóstico de deficiência de hormônio do crescimento.
Na fase adulta, o GH é produzido a partir de diversos estímulos do corpo e um deles é durante a ação do indivíduo de sentir fome. Ficar várias horas sem comer faz o corpo aumentar a produção de grelina, trazendo a sensação de estômago roncando e vazio.
A grelina pode estar aumentada também em situações como anorexia nervosa, que é o medo excessivo de ganhar peso, no qual a pessoa evita comer e possui obsessão pelo que come e pelo formato do corpo.
Outra doença que provoca o aumento de grelina é a caquexia, uma doença que induz a perda de peso severa e perda de massa muscular. Nesse caso, isso pode estar associado a doenças como câncer, AIDS, insuficiência cardíaca ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) avançada.
Níveis baixos de grelina podem ser detectados após as refeições, em pessoas que são obesas ou naquelas que realizaram uma cirurgia bariátrica.
Neste contexto, é importante deixar claro a relação entre grelina e hormônio do crescimento, que é um dos principais hormônios do corpo, pois algumas descobertas científicas podem contribuir para melhores soluções para tratamento contra a obesidade.
A grelina induz a fome após estimular a secreção de hormônio do crescimento no organismo.
Em que sentido a grelina favorece a secreção de GH?
Pesquisadores do Laboratório de Neuroanatomia Funcional do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) descobriram que o GH participa ativamente na indução da fome através da regulação da grelina.
No laboratório, camundongos (geneticamente modificados) sem os receptores de GH no cérebro receberam injeção de grelina. Inicialmente, não houve efeito, uma vez que a intenção era causar uma fome intensa. Após a aplicação, notou-se que a concentração de hormônio do crescimento aumentava, ou seja, a grelina é um hormônio que favorece secreção de GH.
Porém, a principal descoberta foi que a sensação de fome só surge depois da secreção do hormônio do crescimento provocada pela grelina, levando os estudiosos a comprovarem que a fome é induzida a partir de uma ação conjunta desses dois hormônios.
O GH estimula a fome
A principal explicação dos pesquisadores sobre o porquê de o hormônio do crescimento estimular a fome está relacionada com os efeitos do GH no metabolismo. O GH é altamente anabólico, contribuindo para o metabolismo de gorduras, carboidratos e lipídios, e para cumprir essa função, o organismo precisa de energia. A energia é obtida através da alimentação e por isso a ação estimuladora da fome, no qual a grelina se liga ao receptor do GH.
Tratamento para obesidade
Outros estudos já comprovaram a ação do GH para a perda de peso, pois o mesmo ativa neurônios que controlam a ingestão alimentar e o gasto energético. A relação entre hormônio do crescimento e obesidade já é bastante conhecida na comunidade científica.
Nesse caso, os pesquisadores associam o excesso de GH com o aumento da fome, por isso estão estudando medicamentos que fazem a modulação hormonal nesse sentido.
Assim Como a glicose e a insulina influenciam a secreção do hormônio do crescimento, grelina é um hormônio que favorece a secreção do GH. Mas para manter os benefícios desse hormônio, como o ganho de massa muscular, é preciso entender sua função no corpo no geral.
Referências: ICB-USP | Instituto de Ciências Biomédicas
Grelina: o que é, funções e porque pode estar alta (e como controlar) – Tua Saúde (tuasaude.com)
Escrito por: Darcicleia Oliveira, jornalista, redatora e social media.
*Com supervisão do farmacêutico responsável: Pedro Monteiro Ribeiro Neto CRF-BA 14787