Endometriose é uma doença crônica que acontece quando o tecido endometrial que normalmente se desenvolve no útero, cresce fora dele afetando bexiga, ovários e outras regiões da cavidade abdominal.
O principal sintoma da endometriose é a dor intensa na região inferior e na região pélvica, caracterizada como uma forte cólica, que pode até dificultar a realização de tarefas cotidianas pela mulher.
Embora não tenha cura, a endometriose pode ser tratada de acordo com os sintomas da mulher, da idade e do planejamento familiar para engravidar. Ainda não se sabe especificamente o que causa a endometriose, mas existem teorias de que algumas características influenciem o desenvolvimento da doença, como menstruação antes da época, ciclos menstruais inferior a 27 dias ou que nunca tiveram filhos.
Por que as dores são fortes e não podem ser ignoradas?
Durante o ciclo menstrual, o tecido endometrial do útero engrossa e é expulso junto com o sangue. Diferente deste que está na parte interna do útero, o sangue do tecido deslocado não tem para onde ir. Ele acaba se acumulando nos órgãos afetados, causando irritação e inflamação, por isso o resultado é a dor tanto com o movimento, quanto com atividade sexual.
A teoria é a de que a dor ocorre mesmo com o tecido fora do útero, porque ele continua a responder aos sinais hormonais e a produzir substâncias químicas que causam inflamação e dor.
É possível engravidar com endometriose?
Mulheres com endometriose podem ter dificuldade para engravidar, sobretudo se ela não realiza nenhum tipo de tratamento para amenizar os sintomas. No entanto, é possível engravidar com endometriose, principalmente se a mulher alia o tratamento da doença com um tratamento de fertilidade.
Algumas mulheres acabam apresentando infertilidade por causa de problemas nos ovários, nas tubas uterinas e até no útero, sendo necessária uma intervenção da medicina reprodutiva para aumentar as chances de concepção. Essa doença reduz de 5% a 10% das chances de engravidar.
A inflamação também pode prejudicar a ovulação e a implantação do embrião na parede uterina, uma vez que a principal função do endométrio é acolher e nutrir o embrião até a formação da placenta. Por isso, algumas mulheres não conseguem engravidar rápido naturalmente quando têm endometriose. Por outro lado, se essa primeira fase da concepção progredir, a gestação ocorre normalmente como qualquer outra.
5 mitos sobre a endometriose que você precisa saber
Para ficar atenta à doença e aos seus sintomas é importante desmistificar alguns fatos que acabam sendo disseminados como verdadeiros e prejudicando até o diagnóstico e tratamento da doença.
1. São apenas cólicas menstruais
O primeiro mito é achar que a dor pélvica é derivada apenas da contração uterina. Acreditar nisso só retarda a busca por ajuda médica e, consequentemente, por tratamento adequado.
2. A endometriose só afeta a região pélvica
Ainda que o crescimento do endométrio aconteça com mais frequência na região pélvica, como trompas de falópio, bexiga e útero, não se descarta a possibilidade desse deslocamento atingir outras parte do corpo. Inclusive, há casos de tecido semelhante ao endométrio presente no intestino grosso, umbigo e até pulmão, caso raríssimo.
3. A endometriose é sempre dolorida
Embora a dor pélvica seja o principal e mais comum sintoma da endometriose, nem todas as mulheres que possuem a doença sentem a dor. Algumas mulheres, inclusive, só descobrem que tem a doença quando estão investigando a dificuldade para engravidar.
4. A endometriose pode ser prevenida
Como não há uma causa específica para a endometriose, também não há uma maneira conhecida pela ciência de evitá-la. O que já se sabe é que o estrogênio pode alimentar o crescimento da endometriose e aumentar os sintomas.
Nesse caso, a redução dos níveis de estrogênio através de um método anticoncepcional com dosagem baixíssima desse hormônio, a perda de peso e a prática regular de exercícios físicos pode ajudar a reduzir os riscos de desenvolver a doença
5. Após a menopausa, a endometriose melhora
É fato que os sintomas da endometriose são mais acentuados em mulheres que menstruam, porém como é uma doença que não tem cura, a mulher carrega a condição até mesmo depois da menopausa.
Mesmo com a menopausa, as mulheres ainda continuam a produzir estrogênio, mesmo que em pequenas quantidades, portanto a dor pode continuar como resposta a esse hormônio. Mulheres que já estão nesse período podem optar pela remoção do útero (histerectomia) e remoção dos ovários (ooforectomia). O problema é que nem sempre esses métodos ajudam no controle da dor.
A endometriose pode ser uma condição dolorosa e desafiadora para as mulheres que têm o sonho de ser mãe. Buscar tratamento adequado para o alívio das dores e facilitar a concepção é a melhor alternativa.
Links de referência:
https://www.health.harvard.edu/blog/5-myths-about-endometriosis-2021021221890
Escrito por: Darcicleia Oliveira, jornalista, redatora e social media.
*Com supervisão do farmacêutico responsável: Pedro Monteiro Ribeiro Neto CRF-BA 14787