A relação entre o hormônio do crescimento e obesidade ainda é complexa e vem sendo estudada ao longo dos anos.
Embora seja um dos principais hormônios do corpo, responsável pelo crescimento e desenvolvimento das crianças e com capacidade para influenciar o metabolismo de gorduras, proteínas e carboidratos, o GH não é o principal hormônio do emagrecimento.
A grelina (hormônio da forme), a leptina e a insulina também desempenham papéis importantes na regulação do metabolismo, no desenvolvimento da obesidade e no emagrecimento. A desregulação de hormônios pode é um dos problemas para quem está com dificuldade para emagrecer.
Hormônio do crescimento e obesidade
Por causa dos seus efeitos no metabolismo que contribuem para ganho de massa magra e redução de gordura corporal, o hormônio do crescimento começou a ser relacionado com o emagrecimento. Diante disto, a deficiência de GH contribuiria para um risco aumentado de obesidade.
Obviamente que a obesidade não acontece apenas por causa da falta de GH, existe todo um contexto na vida da pessoa que contribui para isso, como o estilo de vida sedentário e o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e com alto teor de gorduras e açúcares. Esse estilo de vida por si só já desregula vários hormônios importantes no corpo que são essenciais para uma vida saudável e equilibrada.
Existem outros fatores de saúde que causam obesidade, que em alguns casos não tem como controlar, como é o caso da síndrome de Prader-Willi em crianças. Indivíduos com essa síndrome possuem uma fome insaciável e por isso podem comem grandes quantidades de comida, o que significa ganho de peso.
Crianças com Prader-Willi naturalmente precisam fazer tratamento com GH, pois geralmente são crianças que possuem baixa estatura e precisam reposição hormonal. A obesidade infantil no geral precisa ser observada e controlada pelos pais, principalmente nos casos em que as crianças comem alimentos não saudáveis e não praticam nenhum tipo de esporte. As telas influenciam muito nessa questão.
Hormônios que influenciam o emagrecimento
Vários hormônios influenciam o ganho ou a perda de peso, dentre eles o da tireoide que em níveis altos pode causar hipotireoidismo (influencia o aumento de peso) e em níveis baixos pode causar o hipertireoidismo (influencia a perda de peso).
A insulina é o principal hormônio ligado à obesidade e um dos hormônios que influenciam o emagrecimento, pois é ela quem estoca glicose dentro das células que, em excesso, pode transformar parte dessa glicose em gordura.
No entanto, a insulina faz isso porque, provavelmente, a pessoa está ingerindo altas quantidades de açúcar, e como o nosso corpo é inteligente, ele começa a distribuir essa energia em forma de gordura, que fica armazenada em locais que tem espaço para expandir, como barriga, bumbum, coxas, braços etc. o corpo vai realocando toda essa gordura não usada.
GH emagrece?
GH sozinho não emagrece, o que ele faz é estimular o metabolismo de gordura corporal, fazendo com que ela se transforme em energia para o corpo, ou seja, provoca a queima da gordura localizada nos tecidos adiposos.
Acontece que com o passar dos anos as pessoas começam a ter mais dificuldade para perder peso, pois o metabolismo vai ficando mais lento por causas hormonais ou de falta de nutrientes adequados. Algumas pessoas até desenvolvem a síndrome metabólica, caracterizada principalmente pelo acúmulo de gordura abdominal.
Um estudo apresentado na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA) em 2011, revelou que o hormônio do crescimento contribui para a formação óssea em mulheres com obesidade abdominal.
Pesquisadores afirmaram que “mulheres com aumento da gordura da barriga têm ossos mais fracos” e, portanto, possuem níveis reduzidos de hormônio do crescimento. A reposição hormonal nestas pessoas ajudou a fortalecer a formação óssea.
Em alguns casos como esse, o tratamento com hormônio do crescimento pode ser indicado para adultos, mas o comum é o tratamento de crescimento para crianças com deficiência de GH.
Escrito por: Darcicleia Oliveira, jornalista, redatora e social media.
*Com supervisão do farmacêutico responsável: Pedro Monteiro Ribeiro Neto CRF-BA 14787