Seu filho está comendo pouco e você não sabe o que fazer? Saiba qual é a relação entre o apetite da criança com o crescimento físico e o seu desenvolvimento.
A falta de apetite em crianças é bem comum quando a criança está com aproximadamente 2 anos ou mais, desde que não seja algo persistente desde o início da introdução alimentar. Comer pouco em um dia e no outro comer muito também é uma situação considerada normal, pois as crianças em fase de crescimento têm necessidades específicas e não comem da mesma maneira que os adultos.
No entanto, se a criança tem dificuldade para comer alimentos com certas cores, cheiro, sabor ou texturas, demonstrando aversão, vontade de vomitar e muita birra na hora de comer, pode ser que ela esteja com algum distúrbio alimentar.
O apetite pode variar naturalmente durante as fases do crescimento infantil. Por exemplo, durante os “picos” de crescimento, como na infância ou na puberdade, o corpo pode aumentar o apetite para satisfazer a necessidade de energia e nutrientes adicionais. Nesses períodos, as crianças e adolescentes podem sentir mais fome e comer mais do que o normal.
Apetite e crescimento físico, qual a relação?
Para que o corpo cresça, ele precisa de uma variedade de nutrientes que são obtidos através da alimentação. Por isso, um dos principais fatores que interferem no crescimento infantil é justamente essa deficiência de nutrientes, como proteínas, carboidratos, gorduras, cálcio, ferro e vitaminas (especialmente A, D e B12) e minerais.
Esses nutrientes são fundamentais para o desenvolvimento ósseo, muscular e para o funcionamento adequado do metabolismo. Quando o apetite está adequado, a criança tende a consumir uma quantidade suficiente de alimentos, garantindo a oferta de nutrientes essenciais ao crescimento.
Se uma criança ou adolescente tem falta de apetite por períodos prolongados, pode haver um impacto negativo no crescimento. Deficiências nutricionais devido à baixa ingestão alimentar podem levar a distúrbios do crescimento, como atraso no crescimento, baixa estatura e perda de massa muscular. Isso é particularmente preocupante em crianças pequenas, onde o crescimento é rápido e contínuo.
Hormônios do crescimento e apetite
O hormônio do crescimento (GH) é um dos principais reguladores do crescimento físico. Ele estimula o crescimento dos ossos e músculos e influencia o metabolismo. O apetite também pode ser influenciado pelo hormônio grelina, conhecido como o “hormônio da fome”, que estimula o apetite e está associado à secreção de hormônio do crescimento.
Quando a criança está em crescimento acelerado, os níveis de grelina podem aumentar, resultando em um apetite maior para atender à demanda energética e nutricional do corpo.
A deficiência de GH pode impedir o crescimento adequado da criança e causar baixa estatura na fase adulta, sem possibilidade de reversão. Nesse caso, constatando o diagnóstico os pais precisam buscar ajuda médica enquanto a inda é cedo, antes da puberdade, para escolha do tratamento com GH para, não só alcançar a altura ideal, como tratar outras condições causadas pela deficiência de hormônio do crescimento.
Fatores que afetam o apetite e crescimento
Vários fatores podem afetar o apetite além da seletividade alimentar e prejudicar o crescimento, como:
- Doenças crônicas ou agudas: algumas condições de saúde como infecções respiratórias (como gripes e resfriados) podem diminuir o apetite;
- Estresse e ansiedade: como problemas na escola ou conflitos sociais;
- Anemia: a deficiência de ferro e outras vitaminas e minerais estão associadas à fadiga, fraqueza e perda de apetite**;**
- Maus hábitos alimentares: como o consumo de doces, refrigerantes ou alimentos ricos em gordura entre as refeições e falta de um horário regular para refeições;
- Problemas gastrointestinais: como refluxo gastroesofágico, constipação, gastrite ou intolerâncias alimentares;
- Mudanças no ambiente: como mudança de casa, escola ou a chegada de um novo irmão;
- Alergias alimentares, dor de dente ou problemas bucais como cáries, gengivite, aftas e os próprios padrões naturais de crescimento.
Em todo caso é essencial conversar com o pediatra para saber qual a melhor forma de tratar esse quadro de falta de apetite, pois crianças que não se alimentam bem podem apresentar dificuldades de concentração, problemas de memória e aprendizado prejudicado, pois o cérebro necessita de energia constante para funcionar corretamente.
A desnutrição enfraquece o sistema imunológico, tornando as crianças mais vulneráveis a infecções, doenças respiratórias e outras doenças comuns. Dessa forma, essas crianças tendem a ter uma recuperação mais lenta quando adoecem, o que pode aumentar o tempo de ausência escolar e afetar ainda mais seu desenvolvimento.
A falta de apetite em crianças pode ter diversas causas, por isso o ideal é acompanhar a rotina da criança de perto, levar ao pediatra regularmente e tentar manter uma dieta equilibrada para os filhos, para evitar esses tipos de consequências.
Referência: https://vidasaudavel.einstein.br/falta-de-apetite-em-criancas/