O hormônio do crescimento é conhecido por promover o crescimento de crianças e adolescentes, fases nas quais os níveis de GH estão elevados para promover um crescimento saudável.
À medida que envelhecemos, os picos de GH diminuem, mas ainda assim o corpo realiza a secreção regular quando estimulado através de exercícios físicos, por exemplo.
Além de promover o crescimento infantil, o hormônio do crescimento pode proporcionar alguns efeitos positivos em adultos, como a manutenção da massa muscular e da força física e a redução da gordura corporal. Inclusive já existem estudos que explicam como a glicose e a insulina influenciam a secreção do hormônio do crescimento, o que tem muito a ver com a saúde metabólica.
No entanto, o GH que é um dos principais hormônios do corpo vem sendo cada vez mais estudado por especialistas da área de endocrinologia para descobrir seus outros efeitos no organismo. Um desses efeitos, ainda pouco conhecido, é a cicatrização de tecidos. Antienvelhecimento e GH estão relacionados à capacidade do corpo de reparação de tecidos.
Um dos estudos realizados por pesquisadores da Universidade De Illinois Em Chicago, constatou que o hormônio do crescimento é capaz de ativar o gene envolvido na cicatrização do tecido danificado.
Robert Costa, professor de bioquímica e genética molecular da Universidade de Illinois em Chicago e membro do UIC Câncer Center relata que, além de aumentar a massa corporal magra e densidade óssea em idosos, o GH também ele ativa um gene crítico para que os tecidos do corpo se curem e se regenerem.
Costa afirma que o gene Foxm1b para de funcionar quando os níveis de GH diminuem em consequência do envelhecimento e, por isso, nossos corpos são menos capazes de reparar danos.
Como o hormônio do crescimento promove a cicatrização de tecidos danificados?
Existem evidências sugerindo que o GH pode estimular a proliferação celular. Dessa forma, os pesquisadores queriam descobrir como o hormônio do crescimento funcionava a nível molecular. A partir disso, eles realizaram testes com ratos, o que os levaram a uma nova descoberta.
Depois de injetar hormônio do crescimento humano em camundongos velhos e com metade do fígado removido, os cientistas realizaram testes histológicos que demonstraram um aumento drástico da atividade do gene Foxm1b. Além disso, os níveis de várias enzimas e proteínas que causam a divisão das células também aumentaram.
Além desses resultados, eles perceberam que os fígados desses animais se regeneraram no mesmo ritmo que o dos camundongos jovens. Em dois dias a proliferação celular atingiu seu pico e em uma semana, os fígados desses camundongos foram totalmente recuperados.
No entanto, é importante deixar claro que os estudos de regeneração hepática não trazem informações sobre quaisquer consequências a longo prazo das injeções de hormônio do crescimento. O que se sabe ainda é que o uso prolongado do GH pode provocar efeitos colaterais perigosos que variam de diabetes à síndrome do túnel do carpo.
Apesar dos estudos indicarem que o GH é responsável pela recuperação mais rápida de lesões e danos nos tecidos, o papel exato do GH na cicatrização de feridas ainda não é completamente compreendido. A administração de GH para promover a cicatrização de feridas ainda é uma área de estudo ativa e não está totalmente estabelecida como uma terapia padrão.
Escrito por: Darcicleia Oliveira, jornalista, redatora e social media.
*Com supervisão do farmacêutico responsável: Pedro Monteiro Ribeiro Neto CRF-BA 14787