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Maternidade tardia e tratamentos de fertilidade

A maternidade tardia já é uma realidade no Brasil e em outros países do mundo. A cada dia, chegam novas notícias de mulheres que, no auge de seus 45 anos, estão grávidas e realizando o sonho de aumentar a família. Essa realidade vista nas postagens de internet, nos jornais ou nas histórias de pessoas próximas, se reflete nos dados já faz algum tempo.

De 1998 a 2017, por exemplo, o número de mulheres que deram à luz entre os 40 e os 44 anos, já havia crescido 50%. Os dados foram publicados no pré-pandemia, pela FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – e são de um levantamento do núcleo de inteligência da Folha a partir dos dados do sistema de informações sobre nascidos vivos do Ministério da Saúde.

Até que idade as mulheres podem fazer tratamentos de fertilidade?

“O que percebemos é que essa mulher está mais segura e determinada a postergar a maternidade para um momento mais oportuno, quando a carreira está mais estabilizada, assim como as condições financeiras. E se utiliza da tecnologia dos tratamentos de reprodução assistida para preservar a fertilidade. Além disso, ao congelar seus óvulos, ela se permite mais tempo para conhecer um (a) parceiro (a) ideal”, pondera a Dra. Andreia Garcia, Médica do IVI Salvador. Diante dessa constatação, algumas dúvidas ficam no ar.

E a principal delas é: mas até que idade, então, a mulher pode fazer um tratamento de reprodução assistida e engravidar?

A resposta sempre deverá levar em conta cada caso específico. O histórico da paciente, as condições de saúde dela, se ela sempre foi uma pessoa saudável e ativa, etc. De maneira geral, a regulamentação do Conselho Federal de Medicina diz que “As técnicas de reprodução assistida podem ser utilizadas desde que exista possibilidade de sucesso e baixa probabilidade de risco grave para ao paciente ou seu possível descendente, permanecendo a idade máxima de 50 anos para as candidatas. As exceções devem se basear em critérios técnicos e científicos fundamentados pelo médico responsável, respeitando a autonomia da paciente e do médico”.

“O caminho natural para toda mulher que já sabe que pretende ser mãe tardiamente – ou até mesmo para aquela que ainda não sabe se vai querer ser mãe, mas quer adiar essa decisão – é busca um especialista em reprodução assistida para conversar sobre preservação da fertilidade. Nesse momento, o médico e a paciente irão realizar anamneses e uma bateria de exames para identificar como está a saúde daquela mulher; se existe alguma infertilidade e a partir daí definir os próximos passos”, conta Dra. Andreia.

Fim de ano e planejamento familiar

Dezembro chegou e, com sua chegada, é momento de planejar o futuro. Muita gente aproveita esse mês, cheio de simbolismos e onde a família tem um sentido ainda mais fortalecido, para pensar nos próximos passos da vida. “Muita gente procura a clínica em dezembro, justamente aproveitando o final do ano para pensar na ampliação da família, ou em fazer mesmo o planejamento familiar para o próximo ano ou o seguinte”, explica a médica.

Se planejar e buscar orientação é importante, porque muitos casais não sabem que são inférteis. Conforme a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), no Brasil, cerca de 8 milhões de indivíduos podem ser inférteis. E boa parte deles não sabe até tentar a gravidez e perceberem que algo está errado.

“Assim como outros problemas de saúde, quanto antes se identifique e busque o tratamento, maiores serão as probabilidades de resolução. Especialmente considerando os avanços da medicina reprodutiva. As taxas de sucesso são maiores a cada novo ano”, pondera.

No caso da infertilidade, o agravante – em relação a outras doenças – é que os gametas vão perdendo qualidade e quantidade ao longo da vida. Então, tanto homens quanto mulheres podem ser muito prejudicados se deixarem o tempo passar demais, antes de buscarem providência.

A maternidade tardia e a infertilidade

A infertilidade é um problema mais comum do que se pensa, embora nem sempre se fale dela abertamente. Estima-se que mais de 8 milhões de brasileiros possam sofrer desse mal. E ao contrário do imaginário popular, a infertilidade nem sempre é causa da mulher. Hoje, considera-se que praticamente esse índice seja metade, metade: causas femininas em 30% dos casos, outros 30% com causas masculinas, 20% com causas mistas e outros 20% inexplicáveis.

O estresse, o sedentarismo e a maternidade tardia de forma natural (sem sucesso e gerando pressão), são alguns dos fatores que podem ajudar a explicar a tendência de crescimento dos casos de infertilidade. Nem sempre a Medicina encontra uma explicação para a infertilidade, vale lembrar. Existem casos onde ela terá “causa não identificada”.

O que sabemos, pela investigação feita nesta área, é que há fatores que prejudicam a fertilidade em ambos os sexos, como o consumo de álcool e tabaco, o excesso de peso e obesidade, a ausência de atividade física, a alimentação pouco variada e equilibrada, muito ancorada no fast food, por exemplo.

E ainda há outro fator fundamental: a idade da mulher. A quantidade e a qualidade dos ovócitos diminuem muito a partir dos 35 anos. Por isso quando a mulher quer engravidar aos 38 a 40 anos já consideramos maternidade tardia.

Alguns conselhos de alteração de estilos em vida, associados à Ciência – que tem permitido intervir com sucesso mesmo nos casos em que há patologia – têm ajudado muitos casais a ultrapassar problemas de infertilidade, mas convém sublinhar que o casal tem aqui um papel importante na gestão da saúde reprodutiva.

Fonte: Maternidade tardia e tratamentos de fertilidade (ivi.net.br)